Guilherme Santos


Guilherme Antônio dos Santos nasceu em 1871, no Rio de Janeiro. Fotógrafo amador apaixonado pela fotografia tridimensional, Guilherme Santos adotou em seu trabalho a técnica da estereoscopia, registrando minuciosamente os hábitos do carioca, a paisagem e o cotidiano da cidade. A estereoscopia é uma forma de fotografia tridimensional que se tornou muito popular mundialmente ao longo da segunda metade do século XIX e início do século XX. A técnica é obtida por meio de uma câmera especial, com duas lentes paralelas e separadas pela mesma distância média interocular, que reproduzem a sensação de profundidade, de maneira bem próxima da visão real. Fazendo uso dessa técnica, Guilherme Santos produziu, durante mais de meio século, uma preciosa coleção de estereogramas em lâminas de vidro, que resgatam antigos carnavais na Avenida Central, com seus corsos e fantasias, visitantes ilustres, personalidades nacionais, logradouros, fontes, teatros antigos e o famoso Café Nice.

Por meio de sua arte, podem ser observados, além de costumes de uma época, aspectos importantes da memória cultural do país, tais como a chegada dos pioneiros aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral, a inauguração do Cristo Redentor, o voo do Graf Zeppelin e os pavilhões da Exposição de 1922, realizada em comemoração aos cem anos da Independência do país.

Guilherme Santos faleceu em 1966, no Rio de Janeiro.

A coleção Guilherme Santos, adquirida para o MIS na época da inauguração, é constituída, aproximadamente, por 17.800 negativos e 9.300 positivos (em vidro), além de 1.300 ampliações em papel, feitas a partir desses negativos.