Carlos Alberto Ferreira Braga, nascido no Rio de Janeiro, em 29 de março de 1907, teve o interesse e a vocação pela música despertados logo cedo. Aos 16 anos, compôs sua primeira obra (letra e música), de nome “Vestidinho encarnado”. Com amigos de colégio, em meados de 1928, formou o grupo Flor do Tempo. Formado basicamente por Braguinha, Henrique Brito, Alvinho, Noel Rosa e Almirante, apresentava-se em casas de amigos e em clubes. Impulsionados por Almirante, em 1929, iriam transformar-se no Bando de Tangarás, gravando 19 músicas, sendo 15 de autoria de Braguinha.
Chamado de Carlinhos na família e de Braguinha pelos amigos, foi com esse grupo que surgiu João de Barro. Estudante de arquitetura, inspirou-se no pássaro arquiteto para criar o pseudônimo, uma vez que seu pai não queria o nome de família envolvido com música popular, devido aos preconceitos que marcavam essa época. O Bando de Tangarás desfez-se em 1933, mas foi durante sua existência que sua carreira começou a se afirmar. Braguinha fez parte da geração que cantou e encantou a chamada “Era de Ouro” do carnaval brasileiro (1930-1942). Em 1934, o então João de Barro conheceu duas pessoas que marcariam sua carreira: Alberto Ribeiro, seu maior parceiro, e Wallace Downey, um americano que o conduziu à carreira do cinema e à indústria de discos. Uma das facetas pouco divulgadas de Braguinha foi sua participação como roteirista e assistente de direção em filmes da Cinédia. Juntamente com Alberto Ribeiro, escreveu argumentos e composições para a trilha sonora de filmes como Alô, Alô, Brasil e Estudantes, cuja personagem principal, Mimi, foi estrelada por Carmem Miranda.
A Coleção Braguinha foi doada ao MIS-RJ em 08.11.2013 e é composta de centenas de fotografias, discos, fitas K-7, fitas rolo, partituras e documentos textuais, ainda não disponíveis para consulta, aguardando tratamento técnico.